Entenda o impacto de doenças como raiva, leishmaniose e toxoplasmose na saúde de cães e gatos – e a importância da prevenção contínua
As zoonoses – doenças transmissíveis para animais e humanos – representam um desafio constante para a saúde pública e o bem-estar dos pets. Embora muitas dessas enfermidades possam ser prevenidas, a desinformação ainda expõe cães e gatos ao risco – e, consequentemente, suas famílias humanas também.
Entre as zoonoses mais relevantes no Brasil estão a raiva, a leishmaniose e a toxoplasmose. Cada uma possui formas distintas de transmissão, sintomas específicos e exigências próprias de prevenção – o que reforça a importância do acompanhamento veterinário regular e de uma rotina de cuidados bem definida.
Raiva: vacinação é a única proteção eficaz
A raiva é, talvez, a zoonose mais conhecida – e também uma das mais letais. Transmitida principalmente pela mordida de animais infectados, ela compromete o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo cães, gatos e seres humanos, podendo evoluir rapidamente para óbito.
Apesar de rara nas áreas urbanas, graças às campanhas de vacinação, a raiva ainda representa uma ameaça real em regiões com baixa cobertura vacinal.
“A vacinação anual contra a raiva é obrigatória e representa a única forma eficaz de proteger o animal e a população em geral”, alerta Marina Tiba, médica-veterinária e Gerente de Produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal.
Animais vacinados atuam como barreira sanitária, impedindo a circulação do vírus.
Leishmaniose: o desafio silencioso em regiões endêmicas
Endêmica em diversas regiões do Brasil, a leishmaniose visceral é transmitida pela picada do flebotomíneo – popularmente conhecido como mosquito-palha – e tem nos cães seu principal hospedeiro doméstico. A doença pode demorar a se manifestar e, em muitos casos, já está em estágio avançado quando os sintomas – como aumento de gânglios, emagrecimento, letargia e feridas na pele – aparecem.
O controle da leishmaniose exige uma abordagem integrada, que inclui o uso de métodos repelentes – como pipetas específicas -, o tratamento de cães positivos e remoção de matéria orgânica do ambiente para reduzir a presença do vetor.
A prevenção deve ser contínua, especialmente em períodos mais quentes e úmidos, quando a proliferação do mosquito é intensificada. Também são recomendadas testagens periódicas em cães que vivem em áreas de risco.
Toxoplasmose: cuidados com higiene e alimentação
Comumente associada aos gatos, a toxoplasmose ainda carrega muitos estigmas. Embora os felinos sejam os hospedeiros definitivos do protozoário Toxoplasma gondii, a transmissão direta pelo contato com o animal é rara.
A infecção em humanos pode ocorrer pela ingestão de carne crua ou malcozida, água contaminada ou contato com fezes de gatos infectados. No entanto, é importante desmistificar: os gatos eliminam o parasita nas fezes apenas por um curto período, geralmente após a primeira infecção. Além disso, essas fezes precisam permanecer no ambiente por algumas horas para que o protozoário atinja sua forma infectante.
“A principal forma de prevenção é manter o ambiente limpo, oferecer ração de qualidade e evitar que os gatos cacem ou consumam carne crua”, explica Marina. Também é recomendável que a caixa de areia seja higienizada diariamente – preferencialmente por pessoas que não pertençam a grupos de risco, como gestantes e imunossuprimidos.
A melhor forma de proteger os pets – e as pessoas – das zoonoses é adotar uma rotina de cuidados integrados. Isso inclui vacinação em dia, controle de parasitas, alimentação adequada e atenção ao ambiente em que o animal vive.
Zoonoses não precisam ser motivo de pânico, mas sim de informação. Ao adotar medidas preventivas e manter a saúde dos animais em dia, os tutores contribuem para um convívio mais saudável e seguro – dentro e fora de casa. Afinal, cuidar de um pet é, também, cuidar do coletivo.
Fonte: Ceva