Outubro Rosa Pet: câncer de mama em animais também é motivo de preocupação
Assim como ocorre nos humanos, o câncer de mama é também uma das principais preocupações na saúde dos pets, em especial, cadelas e gatas, sendo a neoplasia mais comum entre as fêmeas caninas e a terceira diagnosticada em felinas. O estudo ‘Canine, Feline, and Murine Mammary Tumors as a Model for Translational Research in Breast Cancer’ (Tumores mamários caninos, felinos e murinos como modelo para pesquisa translacional no cancro da mama) conduzido por pesquisadores do Brasil, Inglaterra e Canadá, publicado na revista Veterinary Sciences, destacou a gravidade desse problema na Medicina Veterinária, reforçando a importância da conscientização, prevenção e diagnóstico precoce.
De acordo com o levantamento, os tumores mamários em cadelas e gatas apresentam semelhanças epidemiológicas, clínicas, biológicas e genéticas com as neoplasias mamárias em mulheres. A incidência de tumores mamários espontâneos é duas a três vezes maior do que a observada em mulheres e, assim como na espécie humana, os tumores mamários são raros em machos. A percentagem aproximada da doença malignas em mulheres é de 15%, enquanto em cães e gatos é de cerca de 85.
A doença em sua forma maligna caracteriza-se pelo crescimento desordenado de células mamárias, podendo invadir tecidos vizinhos e gerar metástases em órgãos como pulmões e linfonodos. Apesar de raro em machos, com incidência de apenas 1%, o problema é significativo em fêmeas. Identificar a doença em suas fases iniciais é fundamental para garantir o sucesso do tratamento e melhores prognósticos. De acordo com Patrícia Campos, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniCesumar de Maringá, “os primeiros sinais geralmente incluem pequenos nódulos nas cadeias mamárias, que, mesmo indolores, podem evoluir para assimetria entre as mamas, secreções anormais e, em casos mais avançados, ulcerações cutâneas”.
Os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama em cadelas e gatas são múltiplos, incluindo idade avançada, ausência ou atraso na castração, uso de contraceptivos hormonais e predisposição genética, especialmente em determinadas raças. “A influência hormonal é um dos principais fatores associados ao surgimento desses tumores. Por isso, a castração precoce é uma medida importante de prevenção, além de evitar o uso de anticoncepcionais hormonais, que podem causar alterações no tecido mamário”, complemente a docente da UniCesumar.
A prevenção também engloba hábitos simples, mas essenciais, como a palpação regular das cadeias mamárias. “Os tutores desempenham um papel crucial na detecção precoce do câncer de mama. Ao apalparem as mamas do animal com frequência e cuidado, podem identificar alterações e buscar ajuda veterinária imediatamente, aumentando as chances de sucesso no tratamento”, destaca Patrícia Campos. A realização de check-ups regulares também é imprescindível, sendo recomendada anualmente para cadelas e gatas adultas, e a cada seis meses para animais de meia-idade ou não castrados. Além disso, uma alimentação balanceada e a manutenção do peso ideal são fatores importantes para reduzir o risco da doença.
“O diagnóstico precoce é a chave para aumentar as chances de cura do câncer de mama em animais. Tumores menores e localizados têm maior probabilidade de resultados positivos em cirurgias e menor risco de metástase. Outubro Rosa Pet é uma oportunidade para lembrar que o cuidado com a saúde dos animais vai além do básico, exigindo atenção constante e medidas preventivas. Ao cuidar da saúde das nossas companheiras de quatro patas, garantimos não apenas mais anos de vida, mas também qualidade de vida”, conclui.